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terça-feira, 20 de abril de 2010

O que é cultura?


Santos,José Luiz dos. O que é cultura,14a Ed. São Paulo: Brasiliense,1994

O livro é constituído de quatro partes, cada uma delas sob a responsabilidade de explicar o conceito de cultura e as suas extensões dentro da sociedade.

O conceito de cultura pode ser relativo considerando as mudanças ocorridas no significado dessa palavra ao longo do tempo. Anos atrás, ser uma pessoa culta era possuir um grande conhecimento erudito. A cultura era medida de acordo com o número de livros que uma pessoa lia, com o número de peças de teatro assistido por ela e até mesmo as músicas ouvidas por ela. Mas isso vem mudando e isso acontece porque a sociedade mudou e virou um organismo muito mais complexo. Com isso, a definição de cultura ganhou novos significados. A coexistência de múltiplas culturas marca a história do homem. Já aqui admitimos outro conceito de cultura: o de costumes e marcas históricas dentro de um determinado grupo humano. Com essa afirmação, nós temos duas concepções básicas do que venha a ser cultura. Primeiramente há a concepção que evidencia os aspectos de uma realidade social. Já a segunda, diz respeito aos pormenores de cada grupo(considera-se que dentro da cultura européia existam franceses e portugueses comendo, se vestindo, falando e agindo de maneira diferente entre si).

Percebe-se a classificação recebida por cada cultura. Algumas são consideradas mais avançadas, outras menos e há aquelas em estágio de selvageria. Seguindo o padrão europeu, os grupos são classificados. Acredita-se que, por ele ser mais avançado em alguns aspectos, ele seja superior. Aí começa um grande erro da sociedade. Essa visão era deturpada, pois seus argumentos eram tendenciosos e preconceituosos.

Cada grupo se desenvolve de acordo com as necessidades do lugar em que nasceu. São grupos vivendo separadamente que sabem de suas próprias necessidades. Não se podem hierarquizar culturas. Além disso, é muito comum o uso do “modo geral”. A cultura brasileira não pode ser vista como algo homogêneo. O Brasil é uma nação. Dentro dessa nação existem grupos agindo de maneiras diferentes, na verdade o que existe são maneiras de pensar diferentes, mas que pensam num mesmo espaço chamado nação.

Cultura pode designar o oposto à barbárie e pode ser a alta cultura. No primeiro caso, ela vem como sendo marca da civilização. Já no segundo caso, diz respeito ao conhecimento que a sociedade tem da realidade e a maneira como o expressam. Durante muito tempo cultura e civilização tinham o mesmo significado. Com o passar do tempo o mundo passou a admitir outros conceitos de cultura. Todas as pessoas possuem cultura. É nesse contexto que a cultura popular aparece, dividindo o espaço com a cultura erudita (até então aceita como única e absoluta).

A comunicação de massa é um dos grandes responsáveis pela homogeneidade dos padrões de vida de um grupo. Isso acontece principalmente em sociedades capitalistas. Dessa maneira todos se sentem membros de uma mesma cultura e com essa sensação de igualdade, o público aceita aquilo que lhe é passado. Os meios de comunicação são formas poderosas de padronizar uma cultura.

No caso da cultura nacional, pode-se dizer que mesmo nação e cultura tendo dois significados distintos, elas estão interligadas, pois ambas são decorrências de fatos históricos. No Brasil, fala-se muito do ‘jeitinho brasileiro’. Em meio a problemas como fome e corrupção política, o povo começou a se adaptar desde cedo a esse tipo de situação, driblando as dificuldades. Isso é uma das características brasileiras aos olhos da própria nação e aos olhos de outros povos também. O jeitinho brasileiro é cultura comum. Cada vez mais a cultura é ligada ao poder. Sendo sinal de poder, ela deve ser entendida para ser controlada. Cultura está ligada também a economia já que em suas várias formas, ela acaba trazendo o lucro.

A obra nos permite observar mudanças sofridas pela definição de cultura ao longo do tempo, e nos faz entender que ela não é estática, mas sim dinâmica. De forma clara o autor esclareceu os equívocos cometidos ao se afirmar que esta ou aquela cultura é mais avançada, e nos faz refletir o quanto erramos ao julgar as outras culturas com base em concepções particulares. Não chegamos ainda a um denominador comum sobre esse assunto. Mas com as várias pesquisas pode-se observar que a cultura não é algo permanente. Ela muda o tempo todo. Inclusive a celebre frase repetida pelos mais velhos: “... mas no meu tempo não era assim”.

Finalmente, com o estudo dessa obra, podemos amadurecer mais, inclusive para aceitar e até solicitar crítica rigorosa, que em muito pode enriquecer a nossa compreensão de cultura.


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