Presidente da CMN não acata pauta do movimento "Fora Micarla", que pede instalação da CEI dos Aluguéis e vaga de presidente ou relator para oposição.
Por Alisson Almeida
O presidente da Câmara Municipal de Natal (CMN), Edivan Martins (PV), se reuniu com os manifestantes que pedem o impeachment da prefeita Micarla de Sousa (PV) e ocupam, desde a terça-feira (7), a sede do legislativo da capital potiguar.
Acompanhado do vereador Júlio Protásio, líder da bancada do PSB, Edivan pediu aos integrantes do movimento “Fora Micarla” que, numa demonstração de “boa vontade”, desocupassem o prédio, mas os manifestantes decidiram continuar acampados.
O presidente chegou às 20h30, recebeu três representantes do movimento em seu gabinete e, em seguida, desceu para o pátio onde os manifestantes estão acampados. De acordo com o relato de um dos integrantes do protesto, o diálogo não avançou. Passavam das 22h quando o pevista deixou o local.
O movimento exigiu a instalação da Comissão Especial de Inquérito (CEI), criada para investigar os contratos de aluguéis do município, com a condição de que o representante da oposição fique com a presidência ou a relatoria da investigação.
O impasse em torno da CEI dura desde a semana passada, quando a vereadora Sargento Regina (PDT), autora do requerimento de instalação, renunciou à vaga por não concordar que os vereadores Albert Dickson (PP) e Bispo Francisco de Assis (PSB), aliados da gestão municipal, ficassem com o comando da comissão.
A oposição não indicou ninguém para substituir Mary Regina e passou a obstruir a pauta da CMN para tentar obter a presidência ou a relatoria da comissão. Edivan Martins ameaça arquivar a CEI.
O movimento lançou a proposta para que a CEI fosse ampliada dos atuais três para cinco membros, mas Edivan Martins descartou a possibilidade, mesmo prevista pelo regimento da CMN.
Júlio Protásio disse aos manifestantes que vai reunir novamente a bancada do PSB para “repensar” a indicação do partido para a CEI. Os peessebistas formam a maior bancada da Casa, mas apenas a vereadora Júlia Arruda faz oposição, desde o início, à prefeita Micarla de Sousa. Os demais se declaram “independentes”, mas, na prática, sempre votam com o Palácio Felipe Camarão.
Além de reivindicar a presidência ou a relatoria para a oposição, o movimento exigiu a saída de Albert Dickson da CEI. “Enquanto ele não sair da CEI, a gente não sai daqui”, declarou um dos jovens acampados no pátrio interno da CMN.
Dickson é proprietário de uma clínica oftalmológica que mantém contrato de terceirização de serviços de saúde com o município e, segundo revelado pela reportagem do Nominuto.com, já lucrou R$ 552.976,78. O lucro, porém, poderá chegar a R$ 2,9 milhões se o atual contrato de R$ 54 mil mensais for prorrogado, como previsto, pelos próximos 54 meses.
O primeiro contrato da clínica do vereador com o município foi firmado em 2008 e era de R$ 3,5 mil, mas foi sendo renovado e reajustado na gestão da prefeita Micarla de Sousa, até chegar aos atuais R$ 54 mil mensais.
Os manifestantes pediram condições humanas mínimas enquanto permanecerem acampados, como o uso da copa e dos banheiros, mas o presidente da CMN negou a assistência. Por enquanto, os manifestantes estão arrecadando dinheiro entre eles próprios para comprar comida e água.
Fonte:NoMinuto
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