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domingo, 3 de julho de 2011

Uma Breve Primavera Sem Borboleta?

Depois que a prefeita Micarla de Sousa (PV) instala um caos negativo generalizado na cidade de Natal/RN, a população sai às ruas para protestar e exigir sua saída.


Depois que a prefeita Micarla de Sousa assumiu o poder em 2009, intensifica-se um caos negativo generalizado na cidade: serviços públicos sucateados, terceirização do serviço de saúde, aumento nas passagens de ônibus, buraqueira nas ruas, irregularidades nos contratos de aluguéis e serviços, salários dos servidores atrasados, etc.
 A população demonstra insatisfação e repudia a atual administração municipal. Através das atuais mídias sociais (Fecebook, Twitter, Orkut), milhares de estudantes, trabalhadores e militantes sociais, começam a se auto-organizar, fazendo manifestações, fechando e marchando pelas principais ruas da cidade. Nasce o Movimento #ForaMicarla.

# 25 de maio (mais de 1500 pessoas fecham a av. Salgado Filho e marcham pelas suas proximidades);
# 01 de junho (mais de 2000 pessoas fecham as ruas próximas e saem em marcha do Estádio Machadão em direção à Ponta Negra);
# 07 de junho (mais de 100 pessoas saem em marcha da Pç. Cívica, passam pela prefeitura e chegam até a Câmara Municipal de Natal);
Neste último protesto, os manifestantes decidem de última hora ocupar a Câmara Municipal de Natal (CMN), trazendo suas barracas e outros utensílios. Mais militantes sociais aderem a ocupação, batizada de ?Primevera Sem Borboleta? (alusão ao símbolo da prefeita) e a população apoia e contribui de diversas formas com a mesma.
O Movimento assume a pluralidade, a autogestão e a horizontalidade como princípios, onde não existe líderes instituídos e nenhum indivíduo ou grupo tem mais poder que os demais, mas que todos tem o mesmo poder de participação e decisão, onde tudo é decidido igualitariamente em plenárias, evitando assim que certos grupos tendenciosos imponham seu poder e cooptem o Movimento. Participam do Movimento: estudantes, trabalhadores, desempregados, tanto pessoas partidárias como apartidárias, socialistas, comunistas, anarquistas, feministas, ecologistas, grupos culturais, os ?istas? e os ?não-istas?...

A principal exigência do acampamento era que a CMN investigasse as irregularidades da gestão Micarla de Sousa e só sairíamos depois de uma audiência pública e da instalação da CEI (Comissão Especial de Inquérito) sobre os contratos de bens e serviços feitos pela prefeitura.

Para que tudo funcionasse de forma horizontal, foi retirada diversas comissões: alimentação, jurídica, limpeza, formação política, cultura/arte/esporte, comunicação, segurança, entre outras.

Para que durante o acampamento não ficassemos ociosos, oferecemos diversas atividades de cunho político-cultural, como: vídeos-debates, oficinas de artesanato, apresentações culturais, recitais poéticos, jogos, musicais, etc. Mostando que quando as pessoas se auto-organizam podem fazer muito mais que os políticos profissionais.
A Presidência da Câmara, de forma autoritária e arrogante, tentou várias vezes desocupar a CMN através de força policial, mas o Acampamento Primavera Sem Borboleta resistiu, ensaiando formas de resistência pacífica e com o apoio de uma boa comissão jurídica (que em momentos cruciais conseguiram obter na Justiça habeas corpus para nossa permanência) e além do apoio significativo de diversos grupos e movimentos sociais (OAB, MST, MLB, Sindicatos...) e parte da população insatisfeita.
Enfim, no Dia 17 de Junho o primeiro objetivo do Acampamento foi conquistado: a audiência pública sobre as irregularidades da Prefeitura com a participação do Movimento #ForaMicarla, onde logo após deixamos o prédio.
No dia 22 a CEI foi instalada, durante sessão ordinária da Câmara, com a forte presença do Movimento #ForaMicarla. Em seguida, saímos da CMN em uma marcha até a Prefeitura de Natal, em apoio aos manifestantes do MLB (Movimento de Luta nos Bairros), encerrando com uma plenária para organizar nossos próximos encaminhamentos.
Agora nossa luta passa a ser a retirada da atual prefeita de seu cargo e o debate sobre o conceito de gestão pública.

NÃO VAMOS DESISTIR ENQUANTO MICARLA NÃO SAIR!

Fonte:CMI (Centro de Mídia Independente)

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