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sábado, 5 de novembro de 2011

Um Artigo


Ciência x Entretenimento

Queria iniciar nossa discussão em cima do seguinte pressuposto: A UFRN apresenta a CIENTEC mostrando os principais fundamentos de suas atividades científicas, tecnológicas e culturais, buscando, dessa forma, uma interface com a sociedade.  Colocando a universidade como espaço da troca de conhecimento e do diálogo de ideias. Além da programação científica existe a programação cultural promovendo a apresentação de uma grande quantidade de espetáculos de dança, música, corais e cinema, compondo a moldura artístico-cultural desse evento de grande relevância para uma interação entre a universidade, seus parceiros e a sociedade em geral.
Esse é objetivo da universidade. Agora pergunto, qual é o objetivo da sociedade? Acho muito válida a universidade proporcionar um evento dessa natureza, pois aproxima os estudiosos e os que tomam proveito das descobertas destes. Contudo, até onde essa validade vai? Quanto vale o esforço de alguém que vai apresentar seu trabalho que minutos depois quem viu nem se lembra mais do que se tratava?
Um exemplo disso foi uma declaração feita por um músico da Escola de Música dizendo que as pessoas não entendem o que ele quer passar. Para ele, o seu trabalho, sua música estava sendo desperdiçada não trazendo proveito para os que passavam por ali, que paravam para ouvir e no final dizerem simplesmente “legal” e seguirem seu caminho sem nada terem ouvido. Devo concordar nesse sentido.
Qual a motivação da sociedade com relação a esse evento de proporcional importância? Quem sai de sua casa em busca de conhecimento e não apenas de entretenimento? Muito se observa que o evento tornou-se um ponto de encontro de amigos que há tempo não se veem. As programações culturais se tornaram mais importantes que programações científicas. Mas por que isso acontece? Talvez, porque as apresentações mais se parecem aquelas feira de ciências do primário de tão entediantes. Poderia ser de outra forma? Talvez sim. Contudo, não tenho a solução para isso.
Fato é que a preocupação maior dos transeuntes do evento está em saber qual o cantor nacional que vai está no palco todas as noites e os shows mais interessantes que o evento vai proporcionar. Ao passear pelos pavilhões e ouvir as conversas é possível perceber essa dicotomia que assusta. Ou seja, o pensamento é “a universidade está proporcionando conhecimento, mas de quebra proporciona entretenimento, vou para a que dá menos trabalho, vou curtir”. Afinal, entre conhecimento e entretenimento é mais fácil ficar com o que não exige muito esforço seja ele físico ou mental.
Talvez esteja sendo radical demais ou mesmo generalista. Não estou dizendo que todo mundo faz isso, mas uma maioria. Meu intuito é abrir os olhos daqueles que banalizam o conhecimento ou mesmo preferem trocá-lo pelo entretenimento. Mas podem alegar que dentro do entretenimento existe cultura. Mas aí vai depender do ponto de vista de cultura. Cultura não é só assistir a um show e dizer que se sente mais aculturado. Isso é pura inocência. Em outros termos é mais vantajoso obter o conhecimento primeiro e deixar o divertimento para segundo plano. Não o contrário.
No momento que as pessoas entenderem de fato o que a universidade quer dizer com “espaço da troca de conhecimento e do diálogo de ideias” e “interação” ela esteja atingindo seu objetivo. Do contrário, será apenas um espetáculo de propósito deturpado.  
Acredito que é possível existir a comunhão entre Ciência e Entretenimento num mesmo lugar sem nenhum anular o outro. Falta às pessoas a sabedoria do cuidado de não banalizar o conhecimento em detrimento da diversão somente. 
Acho que está na hora das pessoas tomaram mais consciência do que é importante e que saibam aproveitar o que a universidade tem a oferecer. E dessa forma eu não venha a ter que escrever de novo sobre o assunto.

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