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sexta-feira, 14 de maio de 2010


I Encontro da História da Mídia do Nordeste


Mesa Redonda I
Newton Avelino de Andrade
Marco Aurélio de Sá – Jornal de Hoje
Emanoel Francisco Pinto Barreto
Na tarde de ontem, deu-se início ao I Encontro de História da Mídia do Nordeste, que acontece na UFRN. O evento iniciou com a palestra “Memória da Mídia Potiguar”, com o prof. aposentado Marco Aurélio de Sá (Jornal de Hoje) e com o prof. Doutor Emanoel Barreto (UFRN) e foi mediada pelo prof. Newton Avelino (UFRN).Newton Avelino

O professor Newton Avelino comentou que nosso estado é carente de trabalhos que abordem o tema. Ressaltou que muitas vezes não se dá o devido valor para aquilo que é da terra. E não raro, esquece-se d
a importância histórica da mídia do Nordeste. Fez um breve levantamento histórico do jornalismo potiguar que se iniciou em 1832. Que em questão de Jornal não ficava atrás de ninguém, era um jornal de qualidade. Comentou ainda que a carreira de jornalista depende muito dos profissionais.
Marcos Aurélio

Marcos Aurélio contou como se deu sua iniciação no jornalismo que começou nos anos 60. Nesse período a escola de jornalismo não era reconhecida pelo Ministério da educação. Explicou que nessa época os jornais pertenciam principalmente a políticos que usavam o meio impresso pra fazer proselitismo de si próprios. Os jornais não eram feitos para informar o povo. Além do que, jornalismo não era profissão, mas sim, um meio de ascensão para outras áreas como política e literatura. “Jornal é um instrumento de poder”. “Se você vive num país sem muita abertura democrática você irá fazer um jornalismo de acordo com as políticas dominantes se rendendo ao poder ou arriscar e sofrer restrições. Nos países democráticos, o jornal é livre e aberto à crítica e defende as causas das minorias”.

Aqui no Brasil conseguimos com a abertura política fazer uma imprensa razoavelmente livre. O primeiro caso de jornal que não estava rendido ao poder político foi o Estado de São Paulo (1982-1983), que mostrava os erros e traquinagens do governo paulista. Por conta disso o governador Paulo Maluf proibiu todo tipo de publicidade do governo no jornal. No dia seguinte o Estadão publicou um editorial que lamentava a atitude do governador. Porém, decidiu publicar os anúncios de graça para mostrar que não dependia do governo para sobreviver.
Em 1982, decidiu lançar o jornal Dois Pontos, semanário. Tinha como editor chefe o então Emanoel Barreto como editor. Pra isso fez um levantamento para vê se dava para o jornal ir às ruas sem anúncios do governo. Mais tarde se aliou a um político como sócio, mais tarde vendeu sua parte no jornal e tão logo acabou fechando. Mais tarde lançou o Jornal de Hoje com o slogan: O jornal que publica hoje os que os outros vão publicar amanhã.
Marco Aurélio se considera alguém que contribuiu e participou de forma ativa na construção do jornalismo do Rio Grande do Norte. “Não tenho do que me queixar do jornalismo. Quanto mais pensamos que sabemos aí descobrimos que precisamos saber mais”.


Emanoel Barreto contou experiências vividas nas redações as quais chama de “causos jornalísticos”. Com 34 anos de jornalismo, o professor da UFRN conclamou a importância do profissional de jornalismo ser alguém preparado para exercer a profissão.

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