Capa do Livro de Ricardo Noblat |
NOBLAT, Ricardo. A arte de fazer um jornal diário. 3 ed - SP.Contexto, 2004. – (coleção comunicação). 176 p.
Resumo: O livro “A Arte de Fazer um Jornal Diário” aborda com muita simplicidade todas as técnicas de se fazer entrevistas, pautas, notícias, matérias, etc. Noblat se preocupou em detalhar momentos de sua vida nos quais teve que usar de seus conhecimentos técnicos para garantir a matéria. Com uma linguagem fácil e objetiva, Noblat demonstra que fazer um jornal é muito mais do que escrever algo para alguém. Ele conta toda a trajetória do “Correio Brasiliense”, que é muito influente em Brasília, e como foram suas experiências.
Cap. I
O capítulo começa com um pequeno ato que relata um encontro de um jornalismo e um cidadão. Durante o diálogo o autor leva o discurso para o lado da ironia com relação ao fim dos jornais.
Ricardo Noblat comenta que o fim dos jornais é crítica. E vai mais além, cita que os jornalistas e os donos de jornais parecem ser os principais responsáveis por isso. “Os donos porque administram mal as empresas; os jornalistas porque insistem com um modelo de jornal que desagrada às pessoas”. (P. 13-14). Outro questionamento que Noblat faz é com relação à preocupação dos donos dos jornais tem dado aos leitores. Diz que nada é feito. Inclusive algumas incongruências são encontradas nos jornais. Fora a opinião dos leitores que não são levadas em conta. “Os leitores acham que o cardápio de assuntos dos jornais está mais de acordo com o gosto dos jornalistas do que com o gosto deles, é que a visão que os jornalistas têm da vida é muito distante da visão que eles têm”. (p.15)
No final do capítulo ressalta que o atual modelo dos jornais estar em xeque. Os jornalistas e donos de jornais sabem disso, mas não fazem nada para mudar a situação é preciso fazer uma mudança geral nesse modelo. “É o conteúdo que vende jornal. Somente uma mudança radical de conteúdo, aqui e em qualquer outro lugar, será capaz de prolongar a lenta agonia dos jornais”. (p.17)
Outra critica que o autor faz é que as redações estão cada vez mais novas. Não que ele tenha nada contra os jovens, só acha que deveriam ser minoria. “Jovens deveriam ser minoria nas redações de jornais. Porque o exercício do jornalismo sério, responsável e de qualidade superior exige o que a maioria dos jovens jornalistas ainda não tem por causa de sua pouca idade”. (p.17-18)
Por fim Noblat ressalta o fim dos impressos se nenhuma mudança for feita com relação à situação atual destes. “Os jornais, contudo, morrerão, sinto dizer-lhes isso. Tal como existem hoje, tudo indica que morrerão. Só não me arrisco a dizer quando”. (p.19)
Cap. II
Neste capítulo o autor faz uma analise ampla sobre a ética dos jornalistas, com valores.
O jornal é um espelho da sociedade. Jornal é muito mais que simples folhas com notícias, que somente registros, ou uma oportunidade negócios. O jornal não é uma obra da exclusividade dos jornalistas. Os leitores são grandes responsáveis também, pois podem determinar se será produzido um bom ou mau jornalismo. “A única coisa que um jornal não pode é deixar-se ficar para trás quando seus leitores avançam. Porque não haverá futuro para um jornal assim”. (P.20)
O jornal é uma prestação de serviço publico. E como órgão público deve agir como tal. O jornal deve transmitir o conhecimento e as informações necessariamente importantes. O dever dos profissionais de comunicação é ter compromisso com a verdade, com o jornalismo independente, com os cidadãos e com sua consciência. No código de ética dos jornalistas lemos que é dever dos jornalistas é divulgar os fatos e as informações de interesse público. Mas às vezes isso custa muito caro. Noblat dá o exemplo de Tim Lopes que morreu por não saber distinguir o que é de interesse publico de interesse do público. “Tim Lopes se expôs ao risco de morrer porque quis, porque foi autorizado por seus chefes a fazê-lo e também porque grassa cada vez mais por toda parte um tipo de jornalismo que não distingue o que interessa ao público do que é de interesse público”. (p.22). Nem sempre o que interessa ao público é de interesse público. A profissão deve se pautar pela ética, e o jornalista não deve se achar acima da lei. É preciso respeitar as normas. “Se quisermos ser mais respeitados e servir melhor ao público, teremos de repensar com seriedade os fundamentos do jornalismo”. (p.23)
Os valores devem ser preservados. “(...) [o jornal] Existe para servir antes de tudo ao conjunto de valores mais ou menos consensuais que orientam o aperfeiçoamento de uma determinada sociedade. Valores como a liberdade, a igualdade social e o respeito aos direitos fundamentais do ser humano”. (p.26)
A ética deve sempre prevalecer mesmo sobre a obrigação de o jornal transmitir o que possa interessar os leitores. O jornalista não estar acima da lei. Mas parece que alguns jornalistas que acreditam serem deuses e por isso desrespeitam até a constituição. “Com o pretexto de que o interesse do público está acima de tudo e de que a imprensa existe para informá-lo, jornalistas roubam documentos, se apresentam sob falsa identidade e gravam conversas às escondidas. Jornalistas que agem assim se consideram acima da lei”. (p.27).
Outra coisa que lemos no Código de Ética dos Jornalistas é dever do jornalista respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão. Mas isso parece utopia. Noblat conta alguns casos interessantes em que a preservação da intimidade não é respeitada. Como aconteceu o caso de Paulo Henrique Cardoso e Tereza Collor, citados no livro.
Um tipo de jornalismo que o autor escreveu que estar em falta é o Jornalismo Histórico, que muito pouco praticado devido ao jornalista e os jornais estarem engessados nas noticias de vésperas. Para o autor “(...) o jornalista poderá sair-se bem como historiador. Com algumas vantagens sobre o historiador acadêmico: um faro mais apurado para o que interessa à grande massa de leitores e uma facilidade maior de acesso às fontes de informação. Afinal, fomos treinados para saber lidar com pessoas e delas extrair boas histórias”. (p.30).
Uma boa noticia sempre vende. Isso é certo. Mas com produzir uma boa notícia? Será que falar somente de coisas positivas é a saída?Mas também falar só de coisas negativas não é a solução. Nesse ponto Noblat cita alguns conceitos de noticia, “está no curioso, não no comum; no que estimula conflitos, não no que inspira normalidade; no que é capaz de abalar pessoas, estruturas, situações, não no que apascenta ou conforma; no drama e na tragédia e não na comédia ou no divertimento”. (p.31). Essa é uma boa receita para uma boa notícia de acordo com ele.
Cap. III
Neste capítulo é tratado da questão da apuração, dos seus requisitos e de sua necessidade. Atualmente exige-se que nas redações o profissional seja completo e polivalente. Ele tem dominar todas as técnicas para o exercício da profissão. E o profissional que só estiver preocupado em escrever somente sobre alguns assuntos terá menos espaço nessas redações.
A notícia é matéria prima dos jornalistas. Cabe a ele saber transmitir essas informações para os diferentes públicos e meios. É sua missão informar. E informar a verdade. Mas a verdade não é algo que se possa decifrar. Por vezes é somente um julgamento relativo. Uma das grandes vilãs da verdade é a pressa, que de acordo com Noblat, acaba por aniquilar a verdade, e gera uma quantidade pequena ou enorme de erros que borram os jornais. Dessa forma geram uma superficialidade e desestimula a leitura. A apuração exige um bom tempo. Não tem como fazer bom jornalismo na pressa.
Por ser a matéria prima dos jornalistas e seu ganha pão, “a notícia existe para ser reverenciada pelo jornalista. Diante de uma, ele deve ajoelhar-se em sinal de respeito e agradecer a Deus a graça de tê-la encontrado.” (p.39).
Reconhecer o erro é matéria de interesse público. E isso, todos os jornais deveriam fazer. Mas nem sempre isso é feito. É mais fácil admitir que acertou do que errou. Isso se dar porque “por orgulho, soberba, vaidade ou ignorância, jornais e jornalistas procuram fazer de conta que só acertam. E, quando são pilhados em erro, custa-lhes admitir que erraram. Os jornalistas temem ser punidos por seus chefes. Os jornais temem perder leitores”. (p.40)
Para Noblat é melhor pecar por exagero ou por falar algo mais. É preciso apurar mais para poder escrever alguma notícia ou reportagem. “É mais fácil acreditar em uma história se ela for contada em detalhes”. (p.43). Porém o excesso de informação torna a matéria confusa.
A importância de um acontecimento determina a dimensão de uma notícia. Mesmo um relato de apenas umas poucas linhas pode ganhar credibilidade se for rica em detalhes. O jornalista tem que ter um faro apurado para averiguar uma notícia. E ter esse recurso é diferencial para ser um bom repórter ou um repórter medíocre. Investigar é essencial. “Sem investigação não se faz jornalismo de boa qualidade”. (p.45) . Determinação dever ser o forte do profissional, nunca deve desistir por vezes a determinação supera o talento.
Outro detalhe é que a matéria não deve limitar-se somente a um nome. A matéria tem que responder a certas perguntas como as do modelo da pirâmide invertida. Isso possibilita que os leitores se identifiquem com aquilo que estar sendo transmitido.
A busca pela verdade é fundamental, e cabe ao jornalista persegui-la. O jornalista não pode transmitir dúvidas ao leitor. E diante das divergências é importante apurar incansavelmente até que todas as dúvidas sejam esclarecidas.
O jornalista tem de duvidar de tudo. Noblat diz: Duvidem de tudo e de todo mundo. Duvidem de vocês mesmos, da própria capacidade de apurar bem. Duvidem até do que imaginam ter visto. Duvidem da memória. Por isso, apurem mais. Anotem tudo que puderem anotar — desde que a tarefa não desvie sua atenção da notícia. (p.54)
Apurar e duvidar são imprescindíveis. Nem tudo que parece é, é bom desconfiar de toda história, por mais que pareça verdadeira. “Boato não é notícia” (p.59), mas se tem aparência de verdadeiro merece uma boa apuração. É sempre bom desconfiar das fontes oficias. Uma notícia nunca deve deixada pela metade, “Mas, mesmo quando uma história leva muito tempo para ser concluída, os jornais devem relembrá-la vez por outra, informando em que pé está”. (p.60).
Cultivar fontes é essencial. “... a melhor fonte de informação não é a que sabe tudo, mas a que nos conta o que sabe”. (p.62). Outra fonte é aquela que também tem jeito de jornalista, sabe observar os detalhes, guardar bem a memória. Acima de tudo é preciso treinar a fonte. Da mesma forma que se trina um repórter.
É direito do jornalista resguardar o sigilo da fonte, e uma vez que é assumido tal compromisso o jornalista deve honrar tal acordo, por mais que isso lhe custe caro. É questão de ética. “Mas, se o chefe de vocês perguntar para conhecimento só dele quem foi a fonte de tal ou qual informação, revelem. Porque, se não confiarem no seu chefe, ele poderá sentir-se desobrigado de confiar em vocês”. (p.65).
Uma dica que o autor dá é que deve-se ver mais e ouvir menos. “Dêem menos importância a declarações e descrevam mais o que viram. Ou reconstituam o que não puderam ver”. (p.66).
Perguntar é muito importante. O jornalista não deve ter vergonha de perguntar. Deve-se perguntar até que todas as dúvidas sejam esclarecidas. Pesquisar não é menos importante. Há jeito certo de fazer perguntas certas. Elas devem ser feitas com simplicidades. Observar é importante também. “Notícia em uma entrevista está no que diz o entrevistado. Mas pode estar também no silêncio dele, na irritação que demonstra diante de uma pergunta, no sorriso que esboça quando escuta outra, na recusa em responder uma determinada questão. Tudo deve ser observado”. (p.70)
Cap. IV
Neste capítulo é abordado o tema de como escrever. Para exercer a profissão de jornalista é preciso ter domínio da língua portuguesa. E por isso é papel do profissional saber escrever bem, mas nem sempre isso acontece. O jornalista não deve se iludir pensando que somente será na redação que aprenderá a escrever. “Primeiro porque nela tudo é feito às pressas e ninguém tem muito tempo para ensinar o que quer que seja a outros. Segundo porque há gente na redação que também não sabe escrever”. (p.77).
Não existe uma receita pronta para se aprender a escrever.
“Concisão. Sejam concisos. Digam o que querem dizer com poucas palavras. Se puderem contar alguma coisa em cinco linhas não a contem em dez. Ser conciso, porém, não quer dizer ser vago.” (p.80)
O texto jornalístico tem que ser claro. Não basta escrever simplesmente. Tem que ter clareza. A leitura exerce um papel fundamental nesse processo. É necessário ler de tudo, até aquilo que seja contra as ideologias do jornalista.
Quando o jornalista escrever não deve nunca pleitear. È necessário apenas se esforçar. Outro ponto que Noblat levanta é a questão dos chavões. Estes que acabam gerando um texto enfadonho e pouco atrativo. Chavão e lugar comum são sinônimos. “Eles empobrecem o texto e desestimulam a leitura”. (p.86). Outra advertência de fugir das redundâncias. São extremamente inúteis. Quando se tem uma idéia é bom anotá-la para não esquecê-la. Reescrever uma matéria é essencial. “Qualquer texto é passível de ser melhorado. Sempre há palavras sobrando, ou que podem ser trocadas, outras fora do lugar e parágrafos que pedem para ser completamente reescritos” (p.92). Uma das melhores saídas é ler em voz alta. Esse tipo de leitura ajudar a descobrir defeitos que escapam aos olhos.
Informação e opinião estão em polos opostos. Sempre devem permanecer separadas. È preciso objetividade. Fora todo juízo de valor.
Cap. V
Neste capítulo Noblat relata sobre tantas outras artes e feitos que o jornalista é capaz de realizar.
O anseio do grande público é receber novidades. E esperam isso dos jornais. Mas acima disso esperam explicações sobre tudo que é relevante que se passou e estar acontecendo. “Explicar o mundo, contar o que está por trás das notícias, relacionar fatos, tentar a partir disso antecipar o que pode vir a suceder: é o que os jornais deveriam fazer diariamente” (p.112); As pessoas recebem uma grande gama de informações diariamente que nem sempre são digeridas completamente. Ter muita informação não é sinônimo de conhecimento, muita informação acaba desinformando.
Ouvimos falar bastante que sobre objetividade, de imparcialidade. Isso por vezes é difícil é opinião e o que interpretação. “É tênue a fronteira que separa o jornalismo de interpretação do jornalismo de opinião. Mas ela existe. E deve ser respeitada. A opinião do jornalista sobre um fato nada importa se o que lhe cabe é interpretá-lo” (p.112). Opinião deve ser deixada para os artigos e editoriais, o resto tem que ser interpretação.
“Interpretar é explicar. Para explicar, estabeleço conexões entre fatos presentes e passados. Ao fazê-lo, posso por vezes tentar antecipar o futuro” (p.113). E antecipar os fatos deveria ser papel do jornalista pelo menos para os competentes.
Outra observação de Noblat diz respeito às manchetes de capa que a seu ver deveriam se ater ao factual, serem diretas, objetivas e capazes de surpreender os leitores com informações que eles desconheçam. Se não forem capazes disso não vão servir para nada.
Os títulos devem ser chamativos, mas não enganosos. “Estelionato é fraude. É vender uma coisa e entregar outra” (p.117); um bom título pode até ser chamativo, mas se não cumpre o que promete acaba cometendo um grande erro.
O verbo poder deve ser esquecido nos títulos. Esse verbo pode trazer certas complicações quanto ao seu uso. “não confundam o que pode ou o que não pode acontecer com o que vocês desejariam que acontecesse ou não acontecesse. Jornalistas cometem erros clamorosos por desrespeitar regra tão elementar” (p.119).
Noblat é contra os pontos de interrogação, pois estes acabam induzindo a mais dúvidas do que a esclarecimentos. Mas é a favor do ponto de exclamação. “Jornais e jornalistas devem estar sintonizados com o sentimento coletivo. Nem sempre devem curvar-se a ele. Mas não podem deixar de percebê-lo. Nem deixar-se contaminar por ele” (p.120).
Um dos erros jornais que o autor relata é que eles têm medo de relatar os fatos como são de fato. Isso se dar por incompetência, conservadorismo e ideologia.
Uma dica importante é a combinação entre jornalistas e seus chefes. Isso facilita a interação dos profissionais. “A lição vale também para repórteres. Se estiver sempre em contato com a redação, se esta sempre souber como me localizar, serei acionado com regularidade. E terei mais chance de fazer melhores matérias” (p.122);
Jornalistas por vezes correm perigo se estiveram em companhia de certas figuras públicas. Essa aproximação gera a ilusão no jornalista que detém o poder ou faz parte dele. Ledo engano. O verdadeiro poder do jornalista “(...) é relativo, ocasional e temporário” (p.124).
Clóvis Rossi em seu livro “o que é jornalismo” comenta que não é bom fazer amizade com fontes. Noblat pensa da mesma forma. Ele escreve: Não dá certo fazer amizade com fontes de informação. Principalmente com aquelas sobre as quais vocês poderão ter de escrever um dia. Elas imaginam que vocês as pouparão por serem amigos. E, se não forem poupadas, se sentirão traídas e acumularão mágoas” (p.126).
Outro perigo que o jornalista corre é de achar que sabe tudo, entende tudo. Porém mais sábio é o jornalista que reconhece que nada sabe.
Cap. VI
Neste capítulo Noblat trata de assunto dos bastidores de uma reportagem. Nessa parte do livro conta como foi a experiência de cobrir dois grandes momentos da vida de Frei Damião. Um momento em que acompanhou o santo ainda em vida fazendo comentários sobre suas pregações. E o outro momento é o de sua morte, a qual relata de uma forma fora do convencional.
Cap. VII
Noblat conta da reinvenção do jornal Correio Brasiliense, da história de sua reforma e como foi toda essa trajetória de sua reestruturação. Expõe opiniões de jornalistas consagrados, e de outros veículos, sobre o jornal, como Mino Carta, Reynaldo Jardim e Jânio de Freitas. Ilustra páginas com fotos de primeiras-capas do Correio Brasiliense.
O livro de Ricardo Noblat não é apenas um manual de como fazer um jornal diário. Traz em seu conteúdo importantes considerações acerca da ética jornalística, das aptidões a serem desenvolvidas para quem deseja sagrar-se bom profissional, do exercício pleno da profissão e questiona, acima de tudo, formatos e padrões erroneamente estabelecidos. Reafirma a participação do leitor no jornalismo e propõe mudanças, que vão desde o comportamento prepotente de empresas e profissionais do meio jornalístico até a apresentação final dos jornais. Vale a pena ler o livro.
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