BThemes

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Marketing voltado para as crianças

Criança e Consumo
 
Na palestra da psicóloga americana, Susan Linn, no 3º Fórum Mundial Criança e Consumo, faz uma dura crítica ao Marketing e a Propaganda voltada ao público infantil. Partindo da preocupação do tipo de cidadão que desejamos formar a partir das crianças de hoje, analisa-se o lado corrosivo do marketing e da propaganda, reconhecendo que a mídia (principalmente a televisiva) exerce grande influência quanto à mudança atual do comportamento das crianças que são seduzidas pelas propagandas a serviço de empresas de bens de consumo. Esse tema ainda causa muita discussão devido à divergência entre aqueles que apóiam um controle mais severo sobre o marketing e a propaganda e os que defendem a livre iniciativa de passar ideologias consumistas sem nenhuma restrição.

Claro que não vamos condenar o marketing afirmando que o ele o principal culpado pela situação preocupante das crianças e nem Susan o faz. Ele é somente um dos fatores que contribuem para esse quadro. Contudo, pelo fato de o marketing infantil ser muito lucrativo, daí o alto investimento neste setor. De acordo com Susan, nos EUA, movimenta-se cerca de 17 bilhões de dólares, parece absurdo, mas é uma realidade naquele país. Contudo, seja nos EUA, seja no Brasil ou em qualquer país em desenvolvimento, as crianças estão sujeitas as mais diversas propagandas muitas vezes até de forma agressiva.

Empresas de propaganda são norteadas por princípios bem definidos e, com base em estudos minuciosos e específicos sobre comportamento de anseios infantis, atingem seu emocional e movimentam o mercado de consumo. Estrategicamente, utilizam-se de técnicas bem elaboradas racionalizando as emoções com o propósito de convencer as crianças. Daí a publicidade ser trabalhada em todas as áreas da vida criança. Elas estão cercadas de anúncios de todos os tipos. O dia a dia delas é repleto de apelos consumistas. E isso traz conseqüências dramáticas como a obesidade infantil, sexualidade precoce, e até a falta de brincadeiras criativas, devido, muitas vezes as crianças serem programadas a serem apertadores de botões.

O fato de às crianças deixaram de brincar de forma criativa é uma das críticas mais fortes de Susan. Isso acontece porque é comum os relatos de crianças se enclausurarem em seus quartos e fazerem do mundo virtual (televisão, internet, videogame, etc) uma ampla e infinita avenida dos prazeres e do consumo. As crianças passam mais horas em frente à TV do que brincando de forma criativa. Isso é uma realidade aterradora. A mídia nas palavras da psicóloga “está tirando o espaço, o tempo, o silêncios das crianças”. Isso faz com que as crianças ignorem o mundo à sua volta e sua inter-relação, tão necessárias ao desenvolvimento humano.

 Porém o que mais assusta é que a publicidade voltada para criança começa desde o nascimento. A publicidade tenta atingir os pais dos bebês. Susan cita que 40% dos bebês de três meses já assistem TV, isso nos EUA. Mas já serve para exemplificar como a publicidade está presente em todo o processo de crescimento das crianças.
Outro fato a ser citado é a transformação de crianças em adolescentes e adultos em jovens. Isso está ligado à formação física que acontece cada vez mais cedo nas crianças dos nossos dias já que estão sujeitas a sexualidade precoce. Tudo isso é reflexo da sociedade de consumo que vivemos na atualidade, a qual, as crianças são vistas como alvos perfeitos para o consumismo. Inclusive é pertinente a critica àqueles que afirmam que a “criança é a alma do negócio”.    

Para finalizar, é na fase infantil que os valores da pessoalidade e da interatividade humana são transmitidos e fixados com sucesso. Adultos escolhem que tipo de crianças serão formadas. Daí a grande preocupação do tipo de cidadão que desejamos formar a partir das crianças de hoje. E isso tem preocupado Susan Linn e certamente é um tocante que diz respeito a todos nós e qual será a nossa postural frente ao consumismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Curtas

Salada Midiáticas Animação feita por alunos de Comunicação da UFRN